quinta-feira, 7 de julho de 2011

FIM DO VESTIBULAR DA UFRJ

Fim do vestibular da UFRJ, com adesão ao Enem, bagunça programação de professores e alunos

Plantão | Publicada em 06/07/2011 àh22m


RIO - De repente, os vestibulandos de 2011 se viram num turbilhão de mudanças. Na última quinta-feira, o Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ surpreendeu e aprovou a adesão total ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação (MEC). A decisão bagunçou o planejamento de alunos e professores ao acabar com as provas discursivas. E deixou muita gente à beira de um ataque de nervos só de pensar em ver seu destino decidido no final de semana do Enem, em outubro.

Os amigos da Escola Mopi, na Tijuca, Bianca Lage, Raquel Schaefer, Davi Basílio, todos com 17 anos, e Brenno Maciel, de 16, foram avisados pelo coordenador de ensino médio, André Menezes, durante a aula. Eles contam que teve gente chorando, outros revoltados e até quem ficasse satisfeito por considerar que possui mais chances de se sair bem no Enem. Mas, para os estudantes, a hora não poderia ser pior.

- É muito em cima para mudar tão radicalmente o processo de seleção. A gente passou seis meses acreditando que seria uma coisa, e agora é outra. - diz Brenno Maciel, que está dividido entre Engenharia Química e Comunicação Social. - A única coisa boa é que agora terei mais tempo para me decidir sobre o curso.

É muito em cima para mudar tão radicalmente o processo de seleção (Brenno Maciel)

Apesar de querer uma vaga no curso de Direito e ter a Uerj como primeira opção, Davi também ficou tenso com a novidade.

- As coisas mudaram muito, fiquei até com dor de estômago. Por isso, eu prefiro a Uerj. Ela dá mais segurança por seguir sempre o mesmo modelo - conta o estudante.

No ano passado, a UFRJ optou por um modelo híbrido de seleção: 40% para livre concorrência pelo Sisu; 20% para cotas sociais também pelo Sisu; e 40% para o vestibular tradicional. Na opinião do coordenador André Menezes, da Mopi, uma decisão dessa magnitude tomada no fim de junho é um desrespeito com todos.

- É um desrespeito que se tem com o ensino médio. A gente planeja o ano em dezembro, com base no que viu acontecer. Ser obrigado a esperar decisões que podem sair em junho, julho, é muito ruim, porque passamos um semestre sem saber exatamente como será o processo. O trabalho passa a ser feito por estimativa - critica Menezes.

Na mesma reunião que determinou a adesão ao Enem/Sisu, foi aprovado também o aumento das cotas sociais de 20% para 30% das vagas, que serão destinadas a alunos egressos da rede pública e com renda familiar per capita de até um salário mínimo.

Eu perdi a bússola com tudo o que aconteceu, e o crescimento das cotas também me assustou (Bianca)

- Eu perdi a bússola com tudo o que aconteceu, e o crescimento das cotas também me assustou, ainda mais porque defenderam que fosse 50% - afirma Bianca.

Já Raquel logo lembrou que a competição iria aumentar muito por uma vaga em Engenharia Civil, o seu sonho. Ainda mais sendo a UFRJ uma universidade de expressão nacional.

- A primeira coisa que me veio à cabeça foi a relação candidato-vaga. Agora, a competição é contra o Brasil inteiro, fica bem mais difícil.

Os colégios também serão obrigados a mudar o seu planejamento até o fim do ano. No lugar de simulados no modelo UFRJ e foco em questões discursivas, mais peso no Enem e nas provas específicas de UFF e Uerj. Menezes reconhece que a importância do Enem cresceu.

- Um aspecto importante nessa decisão é que a UFRJ tem um peso significativo no estado e no país. No nosso planejamento inicial, o foco era o Enem, mas sem perder de vista o exame discursivo. Agora, depois dessa notícia, vou cancelar um simulado nesse modelo que estava previso para julho - lamenta.

Os estudantes também não poupam críticas ao exame. E o termo mais repetido por eles é cansativo. Afinal, são 180 questões e um ano inteiro decidido em apenas um fim de semana.

- É pergunta demais, em um modelo muito diferente de todos os outros. E só temos três provas anteriores do modelo para nos basear - reclama Brenno.

João Aprigio, coordenador de vestibular do Liceu Franco-Brasileiro, ressalta que alguns estudantes podem ficar desconfortáveis por não terem mais a oportunidade de fazer o exame discursivo.

- Há alunos que se garantem mais na prova discursiva. Tendo dois caminhos para entrar na UFRJ, eles ficavam mais confortáveis, ganhavam maior confiança. Agora, só há uma possibilidade. Mesmo para um ótimo aluno, a concorrência do Enem fica pesada. Pelo formato do exame, às vezes passa o mais resistente, não o mais bem preparado. Não sou contrário ao modelo, mas é muito ruim quando as coisas são feitas em cima da hora. A gente tem que entrar no barco em movimento, e é mais um fator de estresse - diz.

Bianca e Brenno estavam se dedicando muito mais às suas específicas na UFRJ: matemática, química e física. Agora, vão ter que encarar o "indigesto" prato de história e geografia, já que serão exigidos nas duas no exame de outubro.

- Vou ter que dedicar muito mais tempo do que vinha fazendo a história e geografia para não errar bobeiras e perder pontos nos detalhes. São duas disciplinas que eu não gosto de estudar. Até por isso escolhi fazer Engenharia - conta Bianca.

Já Raquel pretende focar em matemática, que representa um quarto das questões de múltipla escolha.

- Agora, é Enem na veia, com foco em matemática, e também história e geografia, porque já estudei muita física e química - justifica.

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